Somos nós


Sem perguntar, sei de notícias tuas.
Leio em sinais, esquecidos por aqui.
Esta distância, é um nada que magoa...
Mas eu não consigo,
Existir sem ti...!!!
Se a minha voz, pertence a outra pessoa,
O meu silêncio, não lhe pode pertencer...
Onde estás? Que não te vejo...
Andas longe, no teu vagar...
Procuro apenas no meu desejo,
Porque apenas em mim, te sei encontrar...
Só em mim, te sei encontrar...
Esse «nosso beijo», continua até hoje,
A despedida teve um nome qualquer,
Devagar o tempo foge,
Foge contigo,
E sou eu, que o estou a perder.
Tenho tantos sonhos guardados!!!
Tenho tantas lembranças de nós...
Recomeço os planos adiados...
E começo...
A imaginar-te aqui...
E começo...
A apaixonar-me ainda mais por ti...
Eu amo-te meu pequeno mundo! @

Leva-me em ti



Tornas-te cada vez mais difícil de expressar,
Cresces a uma velocidade inexplicável,
De mãos postas no mundo, incontrolável,
E no entanto sou eu que travo o ar,
Olhas-me com uma febre doce, olhar saudável,
Mais difícil ainda se revela respirar,
Agonizada pelo intervalo dos nossos beijos,
São os calabouços dos meus desejos,
Os refúgios para uma dor que mal se vê.
Revelada apenas em gotas evaporados no calor dos nossos lençóis,
Nas manhãs de chuva em todas as luas ou sois,
Em todas as estradas vazias e calçadas esquecidas,
Gotas de infinita saudade, de paixão.
Paixão nossa.
Paixão minha...

O meu corpo ressaca a tua ausência,
E pede-me mais,
Feito droga ou vicio divino,
entraste tu em mim.
Abracei-te nos meus braços, recebi-te assim...
Embora nunca toxicodependente,
estou completamente perdida em ti!
És feito força maior que habita em mim.

Leva-me amor, leva-me daqui,
leva-me contigo, mas mais importante ainda,
leva-me em ti..

Quero correr ruas descalças,
Conhecer os filhos da vida,
A poeira da miséria,
A verdade numa concha escondida,
Leva-me à lua, ou até ao fim da rua,
Pouco importa, nada importa,
Sem importância, importância nenhuma..

Apenas leva-me daqui, leva-me em ti...
Promete-me amor,
que não te esquecerás de mim,
Leva-me contigo, leva-me daqui....

Partilha-me contigo, entrega-te a mim.
Sou tua..

Leva-me em ti...

Apaixonada por ti@

O que ganhei em ti

Eu e tu, como loucos
Feitos donos da estrada,
Procurando destino, bem entre o tudo e o nada.
Sem saber ler o céu, e com um mapa rasgado,
Engolimos sinais, em sinal de pecado.
Vozes velozes, levando a melhor,
São loucos que vivem na paz, no calor...
Há canções só em nós que nos fazem voar,
Piruetas perfeitas, enganamos o radar.
Sei de um lugar para ti, onde há lugar para mim,
E razões para me esconder.
Hoje sou dono do deserto e de todo o bar aberto
Onde insisto em me perder.
O som da tua sombra, pesa dentro de mim.
Eu e tu, como loucos
Vagueando no pó,
Descobrindo nos outros, o que é estar só.(não mais)
Sentados na lua, onde o vento vagueia,
Olha cinquenta infelizes a pedir-nos boleia.
Encostados na berma, entre o céu e o chão,
Abraçados á terra perdendo a razão.
Correndo o asfalto, como rios num monte
Somos feras sem dono, somos...
O horizonte...
Tenho a paranóia do silêncio,
Tenho medo que é imenso de um dia me acordar,
E não te ver.
Presa por querer-mos á liberdade
E essa história da vontade, que insisto em me defender...
Anda, provoca-me agora!
Está na hora de sentires a minha pele.
Sou como um lobo, o fogo que goza,
Raposa que cruza
O teu sonho mais fiel...

Fórmula secreta

Foste como o brotar de uma flor em mim,
O nascer do sol, o romper do dia,
Trazias luz em ti,
E nem eu o sabia.
Caminhavas apenas com uma vela na mão,
Na via rápida em sentido único para o meu coração,
Passo acelerado, assim como a tua respiração...
Desejos omissos que sucumbiam à razão,
Éramos agora mestres na arte da paixão.
(Tens-me cada vez mais apaixonada coração!)

Cortinados de cores que se teciam,
Mas eram os lençóis tons de água que nos cobriam,
Era o mar da saudade,
E a praia dos nossos primeiros beijos que à memoria emergiam.
Sou como os fios da guitarra, que se prendem a ti,
Linhas num instrumento dono de si.
A música é o teu dom, mas eu ajusto-me assim...
Mãos entrelaçadas,
Almas dadas,
Entregues a nós próprios e um ao outro.
Beijos recentes, novas memórias faziam...

A dependência ganhou um sentido absoluto,
Onde a saudade e o desejo são o soluto,
Numa fórmula perfeita,
Irreversívelmente satisfeita.
Não carece de nada,
Pois nós somos a receita.

Tens-me sempre, e para sempre.@

Apaixonada por ti@

Os olhos tocam-se

Passou-se em Faro, mas podia passar-se noutro local qualquer. Mesmo antes de uma falta sofucante, lá estávamos nós, juntos e unos. Peguei-te na mão como se fosse um remo, acariciei-a como se fossem penas. Olhámo-nos como se fossemos gémeos, e debaixo de água dos olhos e coração, cavamos um túnel que ligava penínsulas, ilhas e continentes, ligava Faro a Lisboa, com infâncias comuns e jogos de rodas. «Lindas faluas, que lá vão, lá vão...» e um lenço branco como todos os lençóis em que dormimos.
Sobre meu coração, pousava uma mão de mulher, sobre essa mão descansava a minha. Carícias lentas, ao ritmo de brisas, trigo e lezírias do Alentejo, da mesma cor. olhos nos olhos, sorrisos que se cuidavam. Ruínas de pedras sobrepostas, e um entendimento de olhares. A minha mão que cobria a tua. Devagarinho, dedos entrelaçados. Nesse momento, ensinaste-me algo que não houve professor, nem faculdade que mo tivesse dito antes. Afinal é possível que os olhos se toquem.
PS: Já passamos por sismos que nem damos por isso, e tão concentrados que estamos um no outro. Notável.
Ivo Almeida

Amo-te!

Tu foste amor

Tu foste amor... Que nem brisa suave, transformando-se nos maiores dos prazeres, Golfada de ar puro que invadiu minhas veias de forma forte, cativante, desesperada, Quimera violadora de minh'alma desprotegida de ti. Processo de dependência concluído a tirar pós-graduações, umas atrás de outras, actualizações desmesuradas, imunidade completa á solidão, tu assim me criaste coração. Tu foste amor... Luz que fosforesce em minhas veias, de uma prisão, de uma necessidade que só os tolos não têm receio de a falar. A ti preciso... Só mais um pouco, para em ti me perder a respirar. Adoro-te paixão minha @@
Ivo Almeida

Us

Come and lay right on my bed, sit and drink some moove, i'll try not make you cry. And if you get inside my head, then you would understend, then you would understend me...
Why i have felt so alone, why i keep myself from love, and you became my favourite drug. So let me take you right now and swallow you down, i really need you inside...
If we had those nights together, if we had those moments to ourselves, then we would be unstoppable.
Do you think that think is right?, or is it really wrong?... I know that this is what i have been wanting... And all this burning on my soul, every time we talk on the phone, all night long, it fills up to my throat, it fills up 'till my heart is breaking.
Now we can both learn, somehow, you will see, it's all we have... Love, it keep us together, and i do need love, and i do need you...
When i wake up here with all those nippons, without you, and knowing that you are not here, i'm only feeling half as good.
Well, i'm gonna to find a way, to wrap you in my arms, you make me fell alive.
Ivo Almeida

Eu gosto

Gosto de café e do cheiro a torradas pela manhã. Gosto do Verão. Gosto do mar, do seu cheiro e do seu barulho. Gosto do pôr do sol abraçado a ti. Gosto do sol quente nas tardes de Inverno. Gosto de ouvir a chuva e da trovoada mas debaixo dos cobertores. Gosto de estar na rua quando chove.

Gosto de me apaixonar. Gosto de namorar. Não gosto de engates nem de infidelidade, mas gosto do jogo de sedução. Gosto que gostem de mim e de me sentir desejado e apaixonado. Não gosto de ser esquecido nem da solidão.
Gosto de rir, de sair, de viajar. Mas também gosto de não fazer nada, do ócio saudável. Gosto de ir ao cinema, de sair a noite. Gosto de dançar, dançar, dançar contigo!
Gosto de exercício físico. Gosto muito dos meus amigos, de um abraço forte e verdadeiro. Gosto da sinceridade nos outros. Não gosto de falsas amizades. Gosto de ir ao teatro e jantar fora. Gosto de andar de carro ter-te a meu lado, ouvir musica e cantar mesmo que fora do tom. Gosto de filmes em DVD enroscado no sofá com pipocas, e o topping de morango, com a tua companhia.
Dos teus abraços e beijos longos. Gosto de te pensar, sonhar com o final do dia e namorar só mais um bocadinho contigo. Gosto de ti. Gosto do teu ar, do teu olhar inocente, da tua forma de dançar, e até de jogar snooker. Gosto de te sentir, de me calar para te ouvir. Gosto de me deitar ao teu lado para dormir, acordar, levantar-me e rir quando nos lembro. Gosto da tua boca do teu sorriso aberto, a tua voz cantada, a que todo o mundo te dá menos idade. Gosto do teu cabelo preto que não é nem estranho nem normal. Gosto do olhar mais secreto. Gosto de te ter junto ao meu peito a contar as batidas do meu coração. Gosto de te sentir por perto e saber que tudo está certo. Gosto de ti. Mas gosto muito de mim, tanto que tenho medo de todos aqueles que me diziam, «tu, ainda vais ser famoso».
Ivo Almeida

Olhar no deserto

Se algo tiver chorar, que chore a noite de tristeza, e poupe as tuas salgadas lágrimas,
Que o deserto seja mais gelado que vida,
E pólo norte mais quente que o sol,
Que tudo perca sentido, na procura de o encontrar, desde que tu, não percas o elo com a vida, e a vida não perca a sua cria.
Deixa que os meus braços sejam o nascer do dia, e o meu beijo te devolva o ar, porque se a noite for tua inimiga, eu não a deixarei chegar.
Se na noite, luz não encontrares, se nessa tua noite a sua lua as tuas lágrimas invejar, não desistas amor meu, que não terás noite a contemplar, pois nos meus braços só o sol nascerá...
Preciso-te luz minha@
Andreia Ramos

Obra minha

Foste como um sopro e apanhaste-me desprevenida, um vento quente que embalava enquanto dormia. E os teus braços eram as minhas muralhas, a minha morada permanente, nada escapava ao teu olhar atento.. nem eu queria, nem eu tento. A vida esboçou-te um sorriso em traços pouco firmes, mas comigo foi generosa, mostrou-se gentil e tornou-me habilidoso, pois eu, em pouco tempo memorizei-te, pintei-te a cores na tela minha. A cores na minha vida... E tu ficaste gravado tal escultura em pedra, tal pedra em coração... Pois é lá que ficas gravado, é o templo, teu altar, meu coração@ ..
Adoro-te Paixão minha... Tens-me! sempre...
Sep 7, 2009 12:02 AM
Andreia Ramos

Morada perpétua

Primavera todo o ano.
Somos os candeeiros que iluminam a rua à noite.
Estrelas imortais num céu que nunca morre.
Somos as memórias dos lugares por onde passamos.
Somos o leito dos rios que sobrevivem ao calor, que sobrevivem à dor e ainda correm. Fortalecidos pelas lágrimas dos que sofrem, pelas lágrimas dos que amam, pelas estradas que os separam, e pela distância que não é distancia. Quilómetros que são radares inúteis das coisas nunca perdidas, porque tudo aquilo que tem morada permanente, nunca se pode perder. Moras em mim coração, moras em mim amor.

Por isso não te podes perder de mim. Baptizei o meu corpo em memórias nossas. Moras comigo, em mim. Eu contigo, em ti. Moramos juntos, e Nós somos o lar.
Sep 3, 2009 7:44 PM
Andreia Ramos

Palma e a mão

Gastei mais que as palavras
Em sonhos que eram teus
E do pó que pisavas
Fiz estradas no céu...
Inventei ventos e ruas
Fiz-me louco nos teus braços
E das minhas frases nuas
No teu corpo, escrevi laços...
E se partires na manhã
Deixa a sombra e o chão
Esta noite, eu e tu
Somos a palma e a mão...
O nome que te dei
Tu já tens onde acordar
Amanhã eu não sei
Quem te vai abraçar...
E então voltas do nada
Sem pecado ou perdão
Esta noite eu e tu,
Somos a palma e a mão
Vem de longe o teu caminho
Que a mim faz sempre verão
Esta noite eu e tu
Somos mais que a razão
Eu sou um mundo sozinho,
Por isso é fácil dizeres não
Volta para mim esta noite...
Pega neste, pequeno coração... @
Aug 27, 2009 5:20 PM

Ivo Almeida

Preciso de ti

Entendo que nem toda a luz se transforme em cores. E que nem todos os quartos sejam gritos de fogo, homenagens ao desespero.
Que nem toda a água seja tão limpa como o teu olhar, ou mostre o fundo da tua alma, esconderijos de dor, escada para o teu coração.
Até aceito que sejamos como a lua, que nem sempre se mostra cheia. Embora cheia sempre o seja. Ou ainda como um búzio, que oiçamos o mar, mesmo que nem sempre o tenhamos, mesmo que a quilómetros da sua origem. Tesouro do meu lar.
Aceito juízos de valor errados, aceito chuvas e tempestades. Tolero mágoas e passados, aceito de braços abertos frustrações e olhos cansados. Apenas nunca, nunca digas que não somos capazes, que a vida nos tornou velhos demais que a estrada é longa e já não a queres mais. Nunca me digas que os meus pés ou a minha vontade é fraca, e que não temos pedais, rodas ou outros materiais. Nunca te atrevas a dizer que não podia, qe a minha vontade não chega e a alma é fria.
Quero-te, preciso-te.@
E ao teu lado, toda a noite é noite de magia@ Sangue quente e euforia. Ao teu lado, todos os dias são dias de sol e toda a noite é noite de lua cheia.

Adoro-te amor meu@
Aug 27, 2009 6:37 PM

Andreia Ramos

Somos iguais

Saiu pela noite, pelas ruas do mundo

Procurando os teus olhos, num copo no fundo
Perdeu-se na vida, encontrou-a na voz
Entre o molhe e a avenida, há tanta gente a sós.
Esconderam palavras, por detrás das palavras
Disseram amor, sem se aperceber
Dançaram na estrada, no asfalto dos loucos
Entre o céu e o nada, foram morrendo aos poucos.
E pediram-se um beijo, uma mão que os agarre
Parados no tempo, para que o tempo não pare

E quando perceberam que a noite era só deles
Mataram desejos,
Enrolaram beijos,
Colados ao corpo, perdidos no chão
Então os dois foram um
E o tempo nenhum, para o que tinham para se dar
Põe o teu corpo no meu, deixa a noite acabar,
Então de um fez-se dois, e o tempo depois
Foi tão pouco para viver (…Porque foste embora? …)
Põe o teu corpo no meu, sento o meu a amanhecer...

Enrolou-se num banho, que tomaram a dois
Revivendo o prazer, que vinha depois
Beberam olhares, lugares de veneno
Nas paredes do quarto, o mundo é tão pequeno
Partiram no carro, a voar na cidade
Encantados com a luzes, despistando a vontade
Deram-se as mãos e os corpos também
A duzentos á hora, não os vai vencer ninguém
E pararam o mundo, numa rua qualquer
Num abraço sereno,
Sem ninguém perceber
Sem difamar, ou ocultar
Demais mesmo... esta vontade de te ter... @@
Aug 24, 2009 7:14 PM
Ivo Almeida

A ti me dou...

Tenho vontade de pintar no tecto as tuas palavras,
Grava-las no céu da minha boca,
E tal como numa cassete,
pôr play e replay ao beijto teu.
Esculpir-te na vontade do meu ser,
Sombra dos meus desejos ,
Á luz dos teus encantos,
Pois és uma vela num pântano perdido,
Onde monstros e ódios são prometidos,
A luz brilhante dos meus olhos,
Um farol no desconhecido.
Que feito magia anciã
São como pecado, a minha doce maçã.
Leva-me contigo, à terra prometida,
Á estrada de terra, qUe acaba em lugar nenhum
Que te tragam eles as medalhas e troféus,
Que te tragam cedas e cetim,
Venho humilde e sem nada na mão,
Pois hoje, e para sempre, eu me ofereço a ti,
Despida de ouro, seda ou cetim,
Venho humilde, com as mãos no coração,
E dou-me a ti...
Adoro-te paixão@
Aug 24, 2009 8:50 PM
Andreia Ramos

Como uma ilha

Tu és todos os livros,
Todos os mares,
Todos os rios,
Todos os lugares.
Todos os dias,
Todo o pensamento,
Todas as horas
O teu corpo no vento.
Tu és todos os sábados,
Todas as manhãs,
Toda a palavra
Ancorada nas mãos.
Tu és todos os lábios,
Todas as certezas,
Todos os beijos
Desejos, princesa.

Como uma ilha,
Sozinha...

Prende-me em ti,
Agarra-me ao chão,
Como barcos em terra
Como fogo na mão,
Como vou esquecer-te,
Como vou eu perder-te,
Se me prendes em ti,
Agarra-me ao chão,
Como barcos em terra,
Como fogo na mão,
Como vou eu lembrar-te
Se a metade que parte
É a metade que tens.

Tu és todas as noites
Em todos os quartos,
Todos os ventos
Em todos os barcos.
Todos os dias
Em toda a cidade,
Ruas que choram
Mulheres de verdade.
Tu és só o começo
De todos os fins,
Por isso eu te peço
Fica perto de mim.
Tu és todos os sons
De todo o silêncio,
Por isso eu te espero
Te quero e te penso.

Como uma ilha,
Sozinha...

@@
Aug 24, 2009 1:03 PM

Ivo Almeida

Como uma ilha

Tu és todos os livros,
Todos os mares,
Todos os rios,
Todos os lugares.
Todos os dias,
Todo o pensamento,
Todas as horas
O teu corpo no vento.
Tu és todos os sábados,
Todas as manhãs,
Toda a palavra
Ancorada nas mãos.
Tu és todos os lábios,
Todas as certezas,
Todos os beijos
Desejos, princesa.

Como uma ilha,
Sozinha...

Prende-me em ti,
Agarra-me ao chão,
Como barcos em terra
Como fogo na mão,
Como vou esquecer-te,
Como vou eu perder-te,
Se me prendes em ti,
Agarra-me ao chão,
Como barcos em terra,
Como fogo na mão,
Como vou eu lembrar-te
Se a metade que parte
É a metade que tens.

Tu és todas as noites
Em todos os quartos,
Todos os ventos
Em todos os barcos.
Todos os dias
Em toda a cidade,
Ruas que choram
Mulheres de verdade.
Tu és só o começo
De todos os fins,
Por isso eu te peço
Fica perto de mim.
Tu és todos os sons
De todo o silêncio,
Por isso eu te espero
Te quero e te penso.

Como uma ilha,
Sozinha...

@@
Aug 24, 2009 1:03 PM

Ivo Almeida

Meu pedaço de madeira

Quando de novo serás tu minha tábua de salvação,
Que me resgataste tudo,
Alma e coração.
Palavras soltas no vento,
Cores vivas que surgem do momento,
Chave que só os deuses guardariam
Segredos meus que às ninfas se confiam...
Surges tu do mar fundo,
Como pedaço de madeira,
Que te agarro ou afundo...

Minha tábua de salvação,
Mergulho para a vida,
Meu mar e meu céu.
És o porto seguro.
Adoro-te paixão@
Aug 21, 2009 9:47 PM

Andreia Ramos

Saudade

Deixei as palavras, desvendar-me os segredos
Abracei o mistério, e prendi-o entre os dedos.
Cansei-me das ruas, dos 12's de prata
Escondi-me na porta, em vertigens de ânsia.
Fechei as janelas, sobre praças divinas
E fechei-te nos braços, sobre o amarelo das cortinas.
Mergulhei no abismo, de olhar tão urgente
E beijei-te sem pressa, pedindo-te o sempre.
A vida é só este espaço vazio, um instante demente
Na distancia que nos uniu...
Pedaço de tempo, o medo do adeus
Uma névoa de gente, esperanças pequenas.
Foi então que sonhei, que não tinhas partido
Que as mãos eram o céu, e as noites comigo...
E acordei num abraço, sereno de ti
E foi preso no nada, que no sonho morri.
Disseste que o meu quarto, te fugia das mãos
E eu perdi-me no medo, que tivesses razão...
Mata-me a saudade! Agarra-me...

Preciso-te paixão minha @
Aug 21, 2009 9:20 PM

Ivo Almeida

Arde

Foi Verão e a tua alma aqueceu os meus sonhos,
Semeou as minhas vontades
E os meus segredos foram descoroados,
Foram o punhal das suas maldades.

Veio o Inverno e arrefeceu o teu olhar,
Moldou a tua voz,
Congelou o teu espírito
Que espera pacientemente,
Que me mente, mesmo inconsciente.

Segredou me ao ouvido
Tudo aquilo que havia vivido,
Separou o meu cabelo, enquanto me puxava para o mundo dos seus queridos.
Saudade? Paixão? Não. Ele é destemido.
É impermeável, vivido o meu querido.

E como um sopro estranho
Que chega sem avisar
Parte de madrugada,
Parte sem partir
Porque não bate à porta
Nem pede permissão para entrar.

Parte consigo o nascer do sol,
Nasce em mim o poente
A luz morre,
O meu céu escurece
A sua alma, adormece.

Arde em mim a saudade do desejo de pertença.
Andreia Ramos

Saudade de Mármore

Colhi flores no nosso jardim,
As flores mais lindas que eu já vi,
Flores de todas as cores, tal como tu,
Que és cor e vida em mim.
Saudade de Mármore,
Talhada por Deuses,
Costurada nos céus,
Pecado doce, o meu pecado Capital...
Tentação feita para existir,
Ausente de dor, feito para sentir.

És fogo e mar em mim,
Bebé, és o extremo que me liga ao mundo!
És a chuva na alma,
Fogo que me acalma,
Trazes o sol à vida,
E os pássaros embalam-te no nascer da noite,
A humanidade que me desperta ao mundo
O sopro que me resgata,
A tripulação, a fragata...

A essência de uma flor,
Perfume do meu jardim..
Andreia Ramos

Se...

Se tu sentisses...
Tudo o que me privo de sentir,
Que por entre medos e receios tento mentir...
Se tu sentisses, tudo o que podias sentir...

O quanto bem me faz o teu existir,
Bebe, se tu sentisses tudo o que tens a sentir...

Os rios chorariam...
E quando o teu toque fosse eterno,
A palavra fosse inútil,
Quando o teu coração sintoniza-se com o meu,
E a vontade movesse céus...

Ai ter-me-ias,
Pois seria teu de direito, o que já teu era antes,
E ser-te-ia entregue a chave do maior desafio,
Estimar sem dar por certo, tudo o que certo fosse,
Pois mesmo quando não se nota, o coração chora,
Quando não se mostra, a alma cora...

E o mundo é tão grande meu lindo,
Os desafios maiores ainda,
A incerteza é a maior certeza,
Mas só a seguir ao teu querer...
Pois por mais que o evite pensar,
É no sentir que está a razão,
do sentir que brota a paixão,
E a maior certeza é aquela que se sente com o coração.
Palavras, parecem tão insignificantes,
Fazem de mim tão indefesa...
Mas é o maior instrumento e uso-o sem perdão,
Talvez seja inconsciente mas uso-as na mesma.

Queria dar forma ao que sinto,
A tudo o que já senti,
Pois apesar de já formado,
Carece de ti...
Julgo que sabes,
Mas já preciso de ti...

Faz-me feliz, saber que estás bem,
Que és corajoso, sobrevives, e também gostas de alguém,
Sinto me feliz, quando perdoas e não sabes a quem,
Que a tua alma se enche de desejo e procura mais além.

Feliz porque caminhas, e só olhas para trás para te lembrares q deixas pegadas,
Que abandonas mas deixas marcas,
Feliz, porque na tua ausência,
Se encontra também a tua presença.

Feliz porque não sinto saudades de sentir saudade,
Continuo a corar quando me dizes...
Palavras de pura sinceridade...
A desviar o olhar da câmara,
Apesar de repentinamente,
Repleta de serenidade,
Pois o teu olhar capta
O que a alma não esconde,
E a tua alma sente,
O embalar da fome...

Grande e extensa toda a minha vontade,
De Ter-te nos braços,
Deixar que a musica te embale,
Que o calor do meu corpo te recolha,

Que os meus dedos sejam o lago das tuas predições,
Que os meus contornos reflexos das tua ambições,

E toda a magia carece de repetições,
Das verdades, das emoções...

Gosto-te...
Quase tanto como por vezes temo de ti...
Que te percas da estrada que te trás a mim...
Que não a desejes tanto quanto eu a ti...

Como explicar tudo o que te queria mostrar?
O bater do coração a acelerar?
Como mostrar tudo que te queria dar?
Como fazer sentir, todo o desejo de te abraçar?

E como egoísta que sou, talvez roubar?
Guardar para mim, tudo o que me pudesses dar...
Tudo aquilo que não conseguisses evitar...

És a saudade do beijo que fica por dar...
Do amanhecer, do recordar...
Que todo o amanhã seja feito de tocar,
De sentir, de murmurar...

Suspirar... Adoro-te
E amanha, também te irei adorar...

Que os sinos toquem,
As gaivotas voem,
Que seja natural, tudo o que natural é,
Que seja banal, tudo o que banal for,
Mas que não fique por dizer...
Tudo o que dizer tiver que ser...

Gosto de ti,
E de ti gostarei sempre que assim tiver que ser...
Que seja tão natural como são os calafrios numa noite de verão,
Tão banal como o retroceder do tempo.

Que sem explicação,
O vento sopre na tua direcção
Que durmas embalado na minha memoria,
Tão certo como te embalo no coração...

Que sejas melodia, em qualquer estação...
Que existas...
E que caminhes também dando-me a mão
E mesmo que não precises, que saibas que estou ai para então...

Gosto de ti, mesmo que não tivesse 1001 razoes para gostar,
Gosto de ti, mesmo que não transcendesse todo o gostar.
Gosto de ti, mesmo que não fosse preciso gostar...
Gosto de ti, porque gosto de ti gostar...

Gosto de ti bebe
E adoro, a ti adorar...
Andreia Ramos

Que se passa?

Sinto me perdida...
Sinto me a sufocar lentamente em receios.
Nas minhas loucuras, devaneios...
Sinto-me a cair, e não sinto o chão,
Tudo é poeira, tudo é pó, diz-me que não...

Não te queria perder sem antes dar o toque de realidade à imaginação,
Soltar de mim a tempestade, a maré, o tufão,
Remoinhos de vontade são a minha motivação.
A chama que em mim arde, a razão...
Da loucura faço paixão...

Acho que da mesma maneira que a neve queima,
O fogo em mim gela...
Gela-me a pele,
Gela me o corpo...
Consome-me o espírito
Tenho arrepios em noites quentes...
Tenho frio
E tenho sede de calor...

Diz me por favor o que é isto que sinto,
Diz me o que é isto que se funde em mim,
Que se entranha em mim...
Que me toma, e faz de mim o que quer...

Sou matemática no sentir,
Faço contas para não doer...
Mas perco-me por entre as somas e subtracções,
Perco-me em mutações...
Que o que sinto renova-se,
E o que sou molda-se...
Perco-me na tua procura...
Porque és vento, e és sonho,
Porque te vejo lindo,
Natural...
E sem explicação,
Porque com o tempo tens me seduzido,
E eu tenho deixado...
Porque com o tempo tens evoluído,
E eu tenho ficado...

Oh bebe, porque que és tão frágil?
Porque que te foste tornar tão pequeno...
O suficiente para passares pelas portas de ferro,
Pelos guardas gigantes,
Os cães que dormem de olhos abertos...
O suficiente para penetrares em mim,
E aninhares-te no coração...
Lindo, o meu refugio secreto...
O lugar sem tempo,
Onde a luz passeia distraída,
Céu azul, mar, e tudo é vida,
Tudo é sonho e magia...

Lindo, não te percas de mim,
Porque eu me perdi em ti...
Lindo não te percas de mim,
Não me percas a mim...

E por favor, não me apontes para outras colinas,
Onde a relva também é verde,
Onde o sol também brilha,
Onde a lua também ilumina...

Sei que há mais,
Que a vida tem mais sonhos,
Mais fantasia,

Mas não quero perder o que descobri,
Não quero perder o que dei,
Tanto de mim penhorei...
Tanto em mim...

Não quero mais Invernos desertos,
Nem Verões incertos,
Não quero mais somas,
Ou lugares concretos,
Se tudo é abstracto,
Então tudo é certo...

Desculpa, mas não percebo o que se passa,
Apenas sei que te quero...

Não faço suplicas à razão,
Nem tão pouco me arrasto por atenção,
Não me meto de joelhos e espero perdão,
Tudo o que deres, que venha com o coração,
Que te entregue a ti, e nada mais então,
Que te traga a mim, mesmo que sem explicação.

Que tudo o que venha, venha do coração,
Os que falam sem falar,
Ouvem sem ouvir,
Tocam sem tocar,
E tudo conseguem sentir...
Nesses a mentira não se abriga,
A intriga não conspira,
A verdade é pureza,
E a pureza é sincera...

Despida de capas aqui me tens,
nua aos teus olhos aqui me tens,
Estuda-me,
Observa-me,
E diz me o que vês...
O que sentes?...
Estuda-me...
Disseca-me...
Mas o que sentes?...

Take your time... but please
dont take to long...
Andreia Ramos

Princesa

Ardia em febre uma pequena princesa,
De um belo castelo distante,
E numa manhã que cegava de tão radiante,
Estava ela, completamente indefesa.

Chorosa pois temia a vida,
Ansiosa, pois sabia que a vivia,
A cada segundo,
De cada dia,
Estava só
mas nunca vazia.

E por ver o sol pôr-se a cada noite,
A raiar toda a manhã da sua breve estadia,
Neste curto longo caminho que ela temia,
Sabia, que ele, ele não a esqueceria.
Era essa lembrança que a aquecia.

E não havia fogo maior,
Para a pequena, tão pequenina...
Nem querer maior,
do que o de esta menina.

Era na sala dos espelhos que ela o previa,
Na bola de cristal que o construía.

E quando ela fraca já se sentia,
Apareceu ele, que de frágil só ela conhecia.
E o mundo era do tamanho de um berlinde,
Pois tudo o resto era conhecido,
Fábulas e contos,
Eram para os tolos e tontos,
A realidade estava presente,
Era pura verdade, e a sua pureza não mente.

Buon giorno principessa*
Andreia Ramos

Previsão

Acho que poderia usar os meus poderes de previsão,
Que sem explicação me pertencem,
Aquelas minhas características previsões...
E que pelos mesmos motivos,
Que se consultam os ancestrais,
pedindo-lhe estes digam,
O que os espera da sua pequena aldeia,
O que será feito,daquela terra perdida,
Onde todos os dias algo de maior se semeia...
E dos seus pequenos filhos,
Que ainda estão a aprender a andar,
Das pobres meninas,
Prestes a casar,
Algumas com perfeitos desconhecidos,
Que de perfeito, só têm o facto de não lhes serem defeitos conhecidos,
Ainda... devo acrescentar...
Também elogios nenhuns lhes são proferidos,
Mas o tema não era este...
Não era disto que eu queria falar...

Poderia usar os meus poderes de previsão,
Contudo não te quero prever cheias,
Não te vou prever dilúvios,
Vou por de parte a idade do gelo,
E não quero prever, se me vou queimar em tudo o que sinto,
Se vai arder, mas por fim perder o seu calor,
Deixar-me sem ar...
Sem combustível para o que sinto...
Lindo, não te vou prever...
Mas não vou prescindir de te tocar...
Não prescindo de te ver...
Não consigo prescindir de ar...

Vou fechar os olhos a previsões,
Cancelar superstições
Vou fechar os olhos,
Deixar-te entrar...

Já saí a ganhar...
Ganhei tudo aquilo, que não te consigo explicar,
Tanto, que levaria a vida toda para explicar,
Tanto, que de dia para dia, continua a aumentar...

Tremem-me os joelhos...
Medos?
O que tenho de ti a recear?
Se sabe tão bem assim lindo, poderia magoar?
Não sei... tenho medo...

Entrego-te o comando...
Este botão é o do amplificar --------> ( 0 )
Desculpa o defeito,
Por ser um botão apenas...
Mas é tão perfeito...
Que tinha de te o dar...

Tenho medo...
Vontade de saciar,
És como um poço,
Que em dias de lua cheia transborda...
De tanto transbordar...
Que alimenta e ajuda a sede matar...
Madrasta, que não pára de se renovar...

Se te jogar uma moeda,
Concedes me um desejo?
Se te enviar um beijo,
Qual o desfecho?

E se cair... acidentalmente?
Se tropeçar...
E me afundar em ti?...
Que farias tu de mim?

Vou esperar a lua cheia voltar...
Espero por ti...
E pelo desespero de transbordar...

Queria que no fim de cada texto, já estivesses aqui...
"I can be your hero" was the music i was listening...
Would you be my hero if I asked you too?...
Would i be your hero?...
Andreia Ramos

Luar meu

Viagem a um mundo perdido de si,
Perdido e achado por mim,
Um mundo que não um planeta,
De superfície extensa, mas deserta...
De luz própria e intensa,
Guardador de sua sentença.

Se tu és sol, queria ser lua...
Queria ser tua, e só tua...

Que cada luar meu,
Fosse espelho teu...

Vigiar-te o sono...
Guardar-te em cada amanhecer...
És cada sabor doce, cada viver.

Pedaço de sol...
Luz minha...
Andreia Ramos

He maybe the ...

Procurei no dicionário palavras que o descrevessem,
Palavras que iluminassem o seu rosto,
Com a mesma eficiência com que diariamente iluminas o meu dia...
Para que todos o pudessem ver como eu o vejo,
Queria que todos te vissem com a luz com que te vejo...
E como lindo és aos meus olhos...

Procurei na biblioteca das memórias,
Canções que o embalassem...
Que o adormecessem nos meus braços,
Talvez seduzir-te com uma flauta encantada, fé perdida...
Como num conto meu lindo...
Que fosses o herói que no fim não morre,
Que perpétua com a sua amada...
Que com coragem soubesses enfrentar os meus fantasmas,
Que desembainhasses a tua espada,
E contra monstros e criaturas demoníacas,
fizéssemos juras...
Jurar-te-ia proteger-te dos teus...
Se me abraçasses para não largar nunca mais...

Ele é rei na calçada dos desconhecidos,
Capitão em terra de achados e perdidos,
Cruel quando me priva de sorrisos...

Entrelaça os meus dedos nos teus...
Com o mesmo encanto de quem desembrulha uma prenda,
E que prenda tu és...
Que lindo tu és...

Tenho medo que o vento te levante,
E leve as sobras com que me alimento,
Medo que sejas como a agua,
Que só á beira mar, o vento te traga até mim...
Em pequenas gotas,
Que de suave acariciam-me o rosto...
Que me tocam a pele,
E que me raspam nos lábios...

E se fores miragem?
Se fores apenas fruto e partida
Dos meus desejos?
Assim como no deserto se enganam os tolos,
Prometendo-lhes palmeiras que os protejam,
E agua que lhes revitalize a alma,
E se fores apenas promessas, que me prometo?
Então...
Se fores apenas...
Se apenas fores o porquê de sorrir como me fazes sorrir...
Se fores aquele quem me embala com as mais belas melodias,
Que a alma sabe cantar...
Então terás sido a mais bela miragem, com que se pode sonhar...
O sonho mais belo, que o destino soube criar...

A criação é o teu lar...
Perto de mim,
Onde devias estar...
Andreia Ramos

Confesso

Confesso a imperfeição dos meus traços,
A negligência nos meus abraços...
Confesso suspiros que não dei,
Por medo não os tentei...
Cobardia?
Não sei...
Por medo?
Quantas desculpas não inventei?


Confesso a profundidade do meu sentir,
Os medos que me invadem, e insaniamente me continuam a invadir,
Confesso as palavras que não direi,
Talvez por isso não as perdoarei,
No fundo o culpado eu sei...
Conheço e para sempre o viverei.

Apresento-me assim...
Imperfeita e completa...
Completa e maioritariamente satisfeita.
Andreia Ramos

Globo de ouro

Que curso tomas tu meu lindo?
Que saberes ou prazeres,
Carregas tu para a tua ilha,
Feito capitão ousado,
Pela espada se faz amado,
Capitão protector,
Que de suas cargas é defensor...

Que trazes nesses baús pesados?
Feitos de madeira,
Em dourados tons pintados,
Que trazes tu que te salve a vida,
Te desperte ao mundo,
Te sare feridas?

Qual desses tesouros mais te assombra,
O coração te ausculta e dele é sonda,
Radar perdido dos teus mares...
Andreia Ramos

Boa noite

Quem te aconchega de noite bebé?
Te beija na testa,
Na face te faz uma festa?
Quem te embala em melodias perdidas?
Pois só tu as ouvirás,
Para ti concebidas...
Hão de cair no esquecimento,
Esse poço sem fundo,
Paredes de cimento...

Quem é o anjo com quem adormeces meu lindo?
Porque te empresta ele asas de condor?
É ele o teu mestre, teu protector?

Quem te adormece assim lindo?
Te protege da noite,
Do frio e da solidão?
Quem fica a teu lado e te entrega a sua mão,
Para que a segures,
Não tenhas medo,
Para que adormeças calmo e protegido então...

Anjo meu, que cuida de ti,
Partilha contigo o que mais ninguém sabe,
Partilha o que é meu a partilhar,
E o que é para ti e só a ti dar...

Vemo-nos à noite,
Quando adormeceres*
Anjo meu...
Andreia Ramos

Assim Tanto

Vi-te passar...
Estavas numa caixinha, fechada por ti...
Arrastavas-te pela cidade,
Deambulavas,
Perdido apenas, perdido sem fim...

Por cima de ti, chuva caía,
Pesada e fria...
Rios de vida escorriam-te pela face...
E contornavam os teus doces lábios,
Que de doces, só os conheço na imaginação...
Que de doces, tanto me aquecem o coração...

Era uma negra noite,
Que apenas com a luz de candeeiros,
E de estradas sobressaia...
A cor cuidadosamente figurava-te,
silenciosamente contornavam-te...
Porque, ainda que estivesses de cabeça baixa,
De olhos fixos nas pedras da calçada...
A pobre temia-te...
Poderia ser sugada, e perder o seu brilho...
Tu passavas sem frio, intacto...
mas perdido de ti, perdido sem fim..

Receosa, eu, puxo-te pelo braço,
Para que te abrigues ali também...
Por de baixo daquela árvore,
Imensa e majestosa...
Cheia de sonhos, virtuosa,
De tronco escuro e rugoso,
Que de tão imperfeito, era monstruoso...
Aquela árvore, sim, que tanta gente já viu passar,
Sem que soubessem, ali também parar,
Para que por breves instantes, tivessem o prazer de a contemplar.

Sem controlo pelos meus movimentos,
Puxo a manga da camisola,
Era de malha, era rosa...
Estava embaraçada e nervosa...
Devagar, o mais lento que podia...
O mais lento que sabia,
De suave...
Passo-a pelo teu rosto,
Como se quisesse absorver todas as tuas magoas,
Todas as diferenças...
Todas as tuas dores de infância,
As dores da alma,
Até mesmo aquelas feridas que já nem doem,
Apenas deixam cicatrizes, recordações à pele...
Para que a vida não se esqueça,
Que também elas tiveram a sua história em nós...
Também elas o seu papel...

Desculpa, sei como gostas da tua privacidade meu lindo,
Mas escasseei de forças, e não me impedi...
Não consegui conter a minha teimosia,
Fui caprichosa...
Tirei a fotografia,
Imortalizei aquele momento,
Em que pela primeira vez te vi,
E que sem saber
Sem querer...
Te resgatei de todo o cansaço,
A angustia de viver,
Viver, sem viver...

Posso te confessar?
Quando abri a caixinha...
Desculpa, eu sei que prometi,
Mas posso fingir que me esqueci?
E contar?

Posso confessar?

Sabes quando abri a tal caixinha?
Aquela em que te trancavas de ti?
E te vi tão frágil assim?
Foi ai meu lindo, que percebi...
E foi, tão de repente quanto descrevi...
Foi como um choque!
Mas foi real tudo o que senti...

A verdade no teu gesto,
A pureza no teu olhar,
Que tímido... também ali, se abrigava, desta vez em mim...
Aí percebi, que não eras só tu que vivias a deambular...
Descobri a peça do puzzle que estava a faltar,
A que faltava para completar...
As 1001 histórias que haviam para contar...

Agora diz-me meu lindo?
Tens assim tanto medo de te apaixonar?
Perdoa-me tanta precipitação, em não me precipitar...
Mas como já te disse antes,

Gosto tanto.. de ti gostar...
Responde bebe, tens tanto medo assim de te apaixonar?...

Quando o amanhã chegar...
um pouco mais,
um pouco mais de ti já vou gostar...
Não sei controlar,
Mas cresce assim...
Cresce sem saber como crescer...
E cresce sem parar...
De dia para dia,
Cresce...
Cresce e não sabe parar...

Boa noite meu lindo...
Agora, um pouco de ti, levo comigo para recordar...*

Andreia Ramos

Apenas hoje

Continua a ser tão difícil para mim,
Por mais que pense conhecer-me
Não me enganar,
Por mais que me prometa
Não protestar,
É sempre a ultima vez,
Toda a vez..
Vou ser mais forte que a vontade,
Contar-te...
Confrontar-te...
Afinal de contas, eu que comprometo a minha vontade não é?
Era assim que deveria ser...

Mas sou tão involuntariamente humilde,
Curvou-me perante forças a que me rendo,
Não resisto, não sentir...
Rendo-me a forças
Que pecaminosas me fazem rasteiras
E me manipulam de 1001 maneiras
Ou é isso, ou é memória fraca,
Será que me engano?
Que me faço de esquecida,
Apenas para ter a oportunidade,
De uma vez mais recordar-te?...

Porquê que tudo parece tão distante?...
Tudo parece tão doce,
Acreditas, que se agora fecha-se os olhos
(o que vou fazer ...)
Iria conseguir descrever-te em pormenores,
Seria capaz de prever pensamentos,
Desmontar-te em peças
Conseguiria sublinhar o teu olhar,
Porque é para mim tão fácil escrever-te,
Tão simples descrever-te,
És tão palpável, tão solúvel...
Que quando te abres um pouco mais,
tal qual o álcool, embriagas-me...
Soltas-me de prisões desconhecidas,
De entradas escondidas,
Sensações vividas,
Tão omitidas...
Muralhas perdidas...

É tão involuntária a vontade de te recordar,
de bisbilhotar os recados secretos,
Que troco e tranco em mim...
Como num diário, onde todos os dias se escrevem,
Amores e promessas secretas,
Juras e palavras discretas...
Adiciono um pouco de distancia,
A medida certa de segurança,
Um pouco mais de vontade...
(tenho tantas vontades em mim..)
Dissolvo tudo em algo q possa beber,
Em histórias que vou sonhando,
Em fins, que nunca vão acabando,
E que ainda assim têm prolongamentos felizes...
Têm actores e actrizes,
cenários paradisíacos, onde a vida pára para também sonhar.
E no fundo, nos corredores escondidos daquele lindo estúdio,
Onde até a luz pára e contempla o momento onde o tempo gela,
No fundo dos corredores, omitido do mundo
escondido em ti,
Está a pessoa com quem a vida surge,
Nos recantos mais escondidos e omissos,
O cordão umbilical da vida,
O ventre de tantos,
Quem diz que nunca foste mãe, mente...
Mãe de tanta vida,
Criador de tanta paixão...
De defeitos e virtudes comuns,
De traços alegres e singelos,
De olhar profundo e fugido,
Estás tu...

Há dias em que partes dali, vais embora,
Sem noticia ou aviso,
Te perdes pela estrada fora,
Perdido em recantos de ti...
Vivências da memoria...

Dias em que acho que perdeste o fio que te trazia aqui,
Que te ligava a mim...
Que ou por ventos fortes,
Colinas descobertas ou montes,
Te perdes,
E descobres sítios que já descobri,
Que rejeitei e vivi.

Talvez, queira e peça em segredo,
Mais do que pretendes dar...
Estou condicionada a sentir e tentar racionar,
Condicionada a viver...
A dar, mas preciso de receber,
Ou ficaria vazia sem perceber...
A medida certa não está em palavras,
caricias e gestos não são a chave de porta nenhuma...


A oficina da saudade,
não consiste no prazer de ter...
Parto do principio,
É preciso mais, preciso receber...
É preciso palavras que não sei dizer,
Outras tantas que me falta arte para descrever...
É preciso tanto,
Que tanto mais seria preciso para saber...

Fica a receita magica por prescrever...

Andreia Ramos

Denso

Quero entrar no meio da tempestade contigo
Privar me de morrer
Ter-te comigo no meu abrigo...
Amor, quero-te aqui hoje comigo.
Hoje, sempre, até que a vida nos separe
Porque há coisas que nem a morte se consegue apoderar.

Quero esgotar a saudade,
Consumir a dor,
Guardar-te aqui, bem pertinho amor,
Proteger te de toda a maldade.

Quero poder tocar as nuvens que no céu habitam,
Quero pisar o mar sem me afundar,
Saborear todas as brisas como se fossem as ultimas,
Parar o tempo só para te beijar,
Quero gritar, pular, a vida não nos vai desunificar,
Quem quer, consegue, há que acreditar.

Compartilhar do néctar dos deuses,
Dividimos e repartimos?
Pode ser?


Hoje o céu está mais perto,
As nuvens mais baixas...

Andreia Ramos

Inventaste-me o céu

Sem sabermos, a cidade parou.
Uma noite, que afinal não chegou…
E tu como um livro, no branco das páginas, e eu a ler-te nas lágrimas, que a manhã acordou…
Sem sabermos, inventamos a dor.
Sem saber, abracei-te demais, uma porta fechada, os teus passos na escada a fazerem sinais;
E a vida é um jogo, um instante infinito, um quarto de fogo a esconder cada grito,
E antes do fim, antes de ti,
Amanhã,
Parto contigo,
Amanhã, foge comigo!
Amanhã, longe daqui,
Amanhã leva-me em ti…
Sem saberes, escrevemos as ruas,
Uma sombra, desfazendo-se em duas;
E tu como um filme, na vertigem da morte, eu aqui nesta sorte com a mão a um passo da pele.
Sem saberes, inventaste-me o céu…

Aug 19, 2009 8:18 AM

Ivo Almeida

Hi5

Adoro-te paixão minha.. sabias?..@

Aug 19, 2009 10:13 AM

Andreia Ramos

Adoro-te!

Nunca publiques nada que te arrependas... mas eu gosto de ti!

Aug 19, 2009 7:37 AM

Ivo Almeida

Amanhã

Hoje sinto o meu corpo,
Sinto a minha consciência,
Mas quem sabe...
Quem sabe amanhã...
Talvez amanhã, seja o dia em que a minha existência será avassalada pela minha ignorância.
Que o meu sofrimento será atenuado pela sabedoria misericordiosa,
Talvez amanhã as marés subam, e o meu mundo se distraia
Talvez...

Mas hoje,
Hoje caminho de pés descalços,
Cabeça erguida,
Hoje caminho, destemida
Á velocidade de um passo por dia...

Tudo se esfumaça,
Depois a poeira assenta,
As marés recuam,
Os vales aguardam a chegada do sol,
Os pássaros são os primeiros a dar sinal de vida,
Eu sou a última a acordar,
Fui porém também a ultima a adormecer...

Ergo os braços para o céu,
E num grito de Guerreira,
Reclamo o terreno que outrora fora meu,
Imponho a minha liberdade,
Maior a asneira.
Só somos livres quando nada possuímos,
Pois por nada nos vendemos...

Senti a diferença...
Hoje a planície foi mais extensa,
O dia mais comprido,
A minha vontade mais ansiosa,
O meu ser mais tenebroso...

Quando o amanhã vier de novo,
já estarei à espera...

Andreia Ramos

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